Yes, We Can Do It!


Sabemos que o termo pin-up é uma imagem e estilo de vida associada à belas mulheres que marcaram uma época, porém existe também todo um contexto social econômico que gira em torno das garotas do calendário que vai muito além de uma simples ilustração feminina. A famosa frase “We Can Do It” assim como a imagem do pôster que mostra uma mulher em sua clássica pose de desafio foi um dos maiores movimentos políticos unido ao feminismo de uma América em tempos de Guerra. Na verdade uma grande estratégia de marketing do governo Americano que seu viu diante das circunstâncias, obrigada a contratar mulheres para serem operárias em usinas e fábricas em todo o país. Anterior a isso, todos os mecanismos de massa e campanha eram voltados unicamente para instruir a mulher a ser uma dona de casa devota ao marido e aos filhos, bem sabemos e podemos observar em muitas imagens da época assim como a na propaganda, o forte apelo voltado para a típica HouseWife. As imagens de doces e meigas pin-ups também ilustravam a vida tranqüila de uma dona de casa.

Pausa para o Lanche: Rosie na clássica ilustração com a rebitadeira no colo.

Durante a Segunda Guerra Mundial os Estados Unidos que tentava a todo custo reestabelecer a economia do país e não poderia contar com maior parte dos homens que deixaram seus lares e trabalhos para servirem às Forças Armadas (1941). Devido a carência de mão de obra, o governo decidiu assim criar uma campanha para encorajar as mulheres ao trabalho como em fábricas de produção de matéria bélico. A campanha teve um forte apelo também aos maridos que tinham que permitir que suas esposas deixassem os lares ou empregos como secretária ou professoras para um trabalho mais braçal. Sendo assim foi criada a personagem “Rosie, The Riveter” em 1942 que teve como modelo a jovem Geraldine Doyle, uma operária que trabalhava em uma fábrica de Michigan.

Quebrando Tabus: Mulheres negras e brancas se unem à mesma causa.

Rosie, The Riventer que traduzindo ao pé da letra seria mais ou menos "Rosie o(a) Rebitador(a)"  foi usado pela primeira vez em 1942 em uma música com o mesmo nome escrito por Redd Evans e Jacob John Loeb sendo mais tarde interpretada por outros artistas se tornou um verdadeiro hino patriota. As mulheres então atenderam ao chamado de “Rosie” quebrando assim diversos tabus não só em relação à mulher mostrar ao mundo ser capaz de fazer o trabalho de um homem como também o de raças já que entre elas haviam também diversas operárias negras. Logo inúmeros cartazes da nossa pin-up operárias eram encontrados em todo o país que apresentava a nossa “Rosie” de diversas formas, seja com uma pistola de rebite ou pisando em um livro escrito por Adolf Hitler.


Geraldine Doyle muito atenta ao seu trabalho
Geraldine Doyle: A musa inspiradora da criação de
 Rosie. Estilo e atitudes!
Dentre todos os cartazes de Rosie o mais conhecido e o da frase “We Can Do It” (Nós conseguimos fazer), ilustração da Rockwell que mostra uma mulher forte mostrando seus músculos, trabalhadora que não perdeu sua feminilidade, usando batom vermelho, brincos e o estiloso lenço vermelho de bolinhas brancas na cabeça. A técnica usada para ilustrar Rosie era a mesma a que muitos outros ilustradores de pin-ups da época tinham, pois era a época de ouro das pin-ups. Esse foi um movimento fundamental para o crescimento de mulheres no mercado de trabalho anos a frente. Pela primeira vez na história, a mulher trabalhadora dominou por completo a imagem pública isso tudo sem perder a feminilidade.


 
Muitas das “Rosies” com o fim de guerra decidiram continuar servindo seu país como operárias mesmo sendo a ideia inicial de que todas retornassem para seus lares, já muitas outras retornaram para a casa. Sabe-se que mesmo durante o período de trabalho muitas mulheres recebiam salários muito a baixo dos que os homens recebiam em média, exercendo funções parecidas, mais tarde essa realidade mudaria aos poucos e ainda nos dias de hoje percebe-se continua mudando. Com o passar dos anos a imagem de Rosie se solidifica cada vez mais e se torna referencia social e fashion e sobre tudo símbolo feminista.. Muitas artistas como Christina Aguilera, Pink, Emma Jacob, Beyonce e a própria cantora Pitty usaram e abusaram do estilo Rosie de ser que também ganhou muitas outras homenagens em livros e até foi inspiração para uma série de TV nos anos 60.

Christina Aguilera fazendo à Rosie em seu clip "Candy Man" (2006)


Até a cantora Pitty adotou o jeito Rosie de ser.

Criativa: Kelly Rowland faz uma homenagem cômica e criativa, eu aprovei!
Rosie Style: Você pode ser fashion mesmo suja de graxa.


 Tutorial para fazer o penteado de Rosie

Pin-up é ser mulher, ser feminina. É ser delicada sempre e também ser forte quando for preciso ou quando quiser. Acredito que toda a mulher possui uma pin-up meiga e sensível dentro de si e com certeza também possui uma forte Rosie, The Riventer. Veja a baixo um vídeo com a música de Rosie interpretada pelos  "The Four Vagabonds"



Todo o dia,
Quer chova ou faça sol
Ela faz parte da linha de montagem.
Trabalhar para a vitória
Rosie, The Riventer!

***
 
Deixo como dica a postagem sobre o mesmo tema da amiga e parceira Lais Pacheco, do Wolrd Pin-up.
BISOUS!

Comente com o Facebook:

5 comentários

  1. Adorei o post sobre a Rosie não conheicia as outras ilustraçoes mas acredito que ela é a imagem de poder feminino


    Beijux amore

    http://soumagarota23.blogspot.com

    ResponderExcluir
  2. Adoro como você escreve! Sempre que falo sobre pin-ups tbm não deixo de comentar sobre uma das coisas que também nos descreve, além de maquiagem, jeito de ser e se vestir, temos como emblema o WE CAN DO IT! adorei o post, baby!
    Obrigada por citar meu blog <3
    beeeijos, pri!

    ResponderExcluir
  3. A-do-rei!
    Adoro tudo que é relacionado ao feminismo, e essa famosa frase "We cant do it" já há muito faz a minha cabeça!
    Parabéns pelo post.
    Uma verdadeira aula de história cheia de curiosidades interessantíssimas!

    Beijinho, bom resto de semana! ;*

    ResponderExcluir
  4. Muito legal a sua contextualização do "movimento" (se é q posso chamar assim) onde as pin-ups assumem a força de trabalho, gostei muito. Não sou pró feminismo, gosto da igualdade entre os sexos, e não a supremacia de um ou outro, e acho que neste contexto a manifestação feminista serviu para equilibrar a balança.

    Beijos

    rockandladylike.blogspot.com

    ResponderExcluir

Blog sobre moda, beleza, livros, artwork, universo vintage/retrô e inspirações diversas de uma eterna nostálgica.

Obrigada pela visita! Deixe sua opinião, dúvidas ou sugestões nos comentários. Responderei todos assim que for possível ♥ XOXO