#Resenha: Entrevista com o Vampiro (Anne Rice)

Sinopse: Este romance começa com um jovem repórter entrevistando Louis de Pointe du Lac, nascido em 1766 e transformado em vampiro por Lestat. Luis conta sua história aos ouvidos atentos do repórter, revelando segredos do mundo dos vampiros.

Título: Entrevista com o Vampiro (Interview with the Vampire)

Autor: Anne Rice

Ano de Lançamento: Original em 1976/ 2009

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Como o próprio título diz, toda a narrativa é a de uma entrevista. Louis de Ponte du Lac é entrevistado por um jovem repórter. Ele então começa a relatar sua vida, pertencia a uma família de origem francesa do sul de Louisiana. Sendo o filho mais velho de três irmãos, assume diversas responsabilidades como administrar a fazenda, fortuna e o bem-estar da família. O irmão mais novo de Louis se torna um fanático religioso, e após cometer suicídio, Louis entra em depressão e assume para si mesmo uma culpa incalculável. É nesse momento de profunda depressão e desejo de morte, que ele encontra o infame vampiro Lestat.

Eu vou lhe dar a escolha, que eu nunca tive.  

Lestat, que é apresentado como o grande vilão da história, não poderia deixar de ser um dos personagens mais fascinantes. Ele vê em Louis o "discípulo perfeito". Ao mesmo tempo alguém que pode prover todos os luxos dos quais sua vida imortal exigem. Lestat tenta convencer Louis de que "ser Vampiro é a coisa mais legal do mundo, meu!". Contudo, a imortalidade não traz benefício algum à Louis, que não consegue conviver com o fato de que agora se tornou o que ele chama de monstro insaciável por sangue, matando todos aqueles que atravessam seu caminho. E Louis tenta lutar contra o fato de que infelizmente não é mais humano. A princípio ele se recusa a matar, só bebendo sangue de animais – e se odiando a cada dia que passe. Ao mesmo tempo em que, em vão, tenta buscar respostas com Lestat, que trata o "sentimentalismo desnecessário" de Louis com todo desdém que se possa imaginar.

Neste momento me vi, em certo sentido, como uma mente passiva. Isto é, só conseguia me expressar, formular pensamentos diferentes do emaranhado de melancolia e dor quando provocado por outra mente, fertilizado por ela, profundamente excitado por esta outra mente e levado a tirar conclusões.

Com medo de perder Louis, Lestat se aproveita de um momento de fraqueza do mesmo e transforma sua vítima, a garotinha Cláudia, em uma vampira. Os planos de Lestat é que Louise esteja preso à ele para sempre, e isso ele consegue. Cláudia é tratada como a criança da família, e ambos são seus país. Mas de doce e delicada, ela só tem a aparência.

Não demora muito para que a menina vampiro se transforme em uma assassina fria – para agrado de seu pai. Muitos eventos ocorrem entre os três personagens narrados por Louis, (quem assistiu o filme, já sabe do que estou falando) que passa o livro todo descrevendo em detalhes seu sofrimento, o amor indescritível por Cláudia, o comportamento de Lestat, e um pouco antes da fase final do livro, nós também temos o misterioso vampiro Armand que entra em cena e assim, dá uma movimentada na história.

Passou os braços por meu pescoço. Abraçou-me com força, e fechei os olhos, afundando o rosto em seu cabelo. Estava cobrindo seu pescoço de beijos. E tinha chegado a seus bracinhos firmes e roliços. E os beijava, beijava as dobras macias da carne nas curvas dos braços, dos pulsos, das palmas abertas. Senti seus dedos afagando-me os cabelos, o rosto.

Assim como a maioria dos admiradores de Anne Rice, conheci o trabalho dela após assistir o filme Entrevista com o Vampiro de 1994. Nem preciso dizer que fiquei apaixonada por seu universo vampírico e místico. Foi um dos primeiros contatos de que tive com filmes do gênero. Quando comecei a ler, já sabia que iria me deparar com certas divergências causadas por uma adaptação. Se por um lado é ruim ter se deparado com mudanças no enredo, por outro lado é possível encontrar algumas surpresas. A essência do livro está no filme, e isso é o que importa.

O sofrimento de Louis, e a luta para não perder sua humanidade. A gente chega a sentir pena dele...

Mas na metade do livro, ficou um pouco chato!

Em um certo momento a leitura ficou um pouco tediosa, confesso. Talvez seja o fato de que, como já disse, não gosto muito de personagens tão autodepreciativos. Mas isso é um detalhe insignificante comparado ao desenrolar da história a partir da metade do livro. Cláudia, que no filme é apresentada por uma garota de aproximadamente 10 anos, no livro tem pouco mais de 5 anos de idade. Essa personagem, contudo, foi um dos pontos mais altos do livro. Anne Rice criou Cláudia inspirada em sua filha que faleceu na mesma época em que ela começou a escrever o livro. A pequena Vampira não cresce fisicamente, mas se torna uma mulher revoltada e controladora. E Lestat, bem o que dizer de Lestat? É aquele tipo de personagem infame que a gente acaba se encantando. Por isso quero muito ler "O Príncipe Lestat" e aguardo ansiosamente o lançamento desse livro no Brasil.

Ainda o amo. É esse o meu tormento.

Existe uma certa atmosfera de erotismo homossexual no livro, e fica evidentemente claro quando o personagem Armand é introduzido. Mas o amor e a atração são retratados de uma forma muito diferente entre os personagens. Vai além do contexto sexual. É como se a autora tivesse criado um novo conceito de amor entre homens, ou melhor, vampiros. É inegável a mente brilhante de Anne Rice que soube construir personagens que de fato nos prendem. É assim como com o filme, também fiquei encantada pelo livro. Uma das mais importantes obras sobre Vampiros de todos os tempos. Entrevista com o Vampiro é o primeiro livro das "Crônicas Vampirescas", e eu super recomendo a leitura. Beijos e até a próxima!

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Beijos e Bom fim de semana! 

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