#Resenha: O Feiticeiro de Terramar (Ursula K. Le Guin - Editora Arqueiro)

 

Há quem diga que o feiticeiro mais poderoso de todos os tempos é um homem chamado Gavião. Este livro narra as aventuras de Ged, o menino que um dia se tornará essa lenda.
Ainda pequeno, o pastor órfão de mãe descobriu seus poderes e foi para uma escola de magos. Porém, deslumbrado com tudo o que a magia podia lhe proporcionar, Ged foi logo dominado pelo orgulho e a impaciência e, sem querer, libertou um grande mal, um monstro assustador que o levou a uma cruzada mortal pelos mares solitários.
Publicado originalmente em 1968, O feiticeiro de Terramar se tornou um clássico da literatura de fantasia. Ged é um predecessor em magia e rebeldia de Harry Potter. E Ursula K. Le Guin é uma referência para escritores do gênero como Patrick Rothfuss, Joe Abercrombie e Neil Gaiman.

Título: O Feiticeiro de Terramar (Ciclo Terramar - Livro 1)

Autor: Ursula K. Leguin

Ano de Lançamento: 2016

Número de Páginas: 176

Acabamento: Brochura

Gênero: Fantasia

Editora: Arqueiro

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Classificação:

Nunca lhe ocorreu que o perigo ronda o poder como a sombra persegue a luz?"

O Feiticeiro de Terramar conta a trajetória de Ged, um jovem que desde pequeno já possuía habilidades da magia. Ged perdeu sua mãe quando ainda era pequeno, foi criado pelo pai o ferreiro da vila, um homem bastante rígido que nunca acreditou no potencial do filho para nada. Tudo começou bastante cedo na vida de Ged, até então Dunny. Ele vivia em uma ilha chamada Gont, um lugar onde a magia é bastante conhecida, assim como em vários outros lugares em Terramar.

Ele sempre teve curiosidade e uma vontade insaciável de superar seus limites. Certo dia, Dunny sem querer aprende um feitiço com sua tia, uma velha bruxa da aldeia. Repetir as palavras do feitiço fez com que seus poderes, até então ocultos, viessem à tona. À partir de então seu destino está selado. Ele começa a aprender pequenos feitiços simples, mas para ele aquilo tudo nunca é o bastante, ele sempre quer mais. Sozinho ele conseguiu impedir que uma tribo de bárbaros destruísse sua vila. As habilidades de Dunny são reconhecidas por toda a ilha, alcançado fama e admiração.

Em Terramar, os jovens aprendizes de feitiçaria quando chegam a uma determinada idade recebem um novo nome. Seu nome agora é Ged, ou o Gavião, como era chamado por seu primeiro mestre na magia. Na busca pelo poder maior, Ged deixa seu primeiro mestre e parte para uma famosa escola de magos (o que isso te lembra?), e no decorrer do livro podemos observar Ged crescer, assim como seu ego e os resultados causados por um jovem mago muito poderoso, porém inconsequente.

Opinião: Não é necessário ser fã ou grande conhecedor de histórias do gênero como Harry Potter ou Eragon, para entender a importância dessa obra. O Feiticeiro de Terramar foi lançado em 1968 e desde então se tornou um clássico mundial da literatura fantástica. O jovem Gavião criado por Ursula serviu de inspiração para uma nova geração de feiticeiros da cultura popular. Logo nas primeiros páginas é possível ver que ali está a fonte de inspiração de Harry Potter.

Toda a trama deste primeiro volume ocorre no arquipélago de Terramar, não há guerras ou conflitos políticos, um bem ou um mal maior. Há apenas Ged, um jovem mago cujo seu maior rival é ele mesmo. Ged foge completamente de todo e qualquer esteriótipo. Desde cedo ele se mostra uma pessoa egocêntrica e invejosa, mas que como todo jovem, erra e aprende com os erros. A maior parte dos habitantes em Terramar é formado por pessoas de pele escura, logo não temos um bruxo branco. Outra característica totalmente oposta à maioria dos personagens que estamos acostumados.

A história é tão simples e ainda assim bastante intensa, isso tudo em menos de 200 páginas. Queremos saber até onde vai os limites do jovem Gavião e o que ele irá encontrar nessa jornada de autoconhecimento. Ged faz uma viagem incrível, ele conhece vários povos, ilhas, magos de todos os tipos, a fúria dos mares, enfrenta dragões e também faz amigos. Mas em grande parte do tempo ele é um jovem solitário tendo que lidar com o mal que ele próprio libertou.

Confesso que não sou uma consumidora voraz de literatura fantástica (não tanto quanto eu gostaria), mas essa, na minha opinião, é uma obra incrível e merece todo o reconhecimento! Eu não imaginei que fosse gostar tanto desse livro. Também me surpreendeu e muito com a postura da autora, que soube se opor há algumas convenções e preconceitos de forma criativa, criando uma história não só para o público adolescente, mas para qualquer pessoa que goste de fantasia.

A série é composto por outros três títulos, todos serão lançados pela Editora Arqueiro. Espero que tenham gostado da indicação. Até a próxima!

(...) à medida que o verdadeiro poder de um homem cresce e seu conhecimento se amplia, o caminho que ele pode seguir fica cada vez mais estreito, até ele finalmente nada escolher, mas ter de fazer apenas e tão somente o que deve fazer..."

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