#Resenha: Outlander - Um Sopro de Neve e Cinzas (Diana Gabaldon)

O casal de viajantes Claire Fraser e seu marido Jamie Fraser, um sedutor guerreiro escocês do século XVIII, está de volta, no sexto livro da série Outlander, da norte-americana Diana Gabaldon. Desta vez, as decisões e comportamentos da dupla são decisivos para o início da Revolução Americana, conflito que resultaria na independência dos Estados Unidos. Logo nas primeiras páginas, é possível sentir a tensão rondando o cotidiano de Claire e Jamie. O incêndio de uma cabana e a morte de uma família inteira alertam sobre a chegada de mudanças que podem diminuir a tranquilidade dos moradores de Fraser’s Ridge.

Título: Um Sopro de Neve E Cinza (Outlander #6)

Autor: Diana Gabladon

Lançamento: 2010

Editora: Roccó

Adicionar no Skoob: Volume I/ Volume II

Classificação:

♥♥♥

Eu sei que a essa altura do campeonato eu já deveria estar acostumada com a avalanche de emoções que sempre acompanham qualquer leitor da série Outlander. No entanto, Diana Gabaldon tem o talento especial para fazer seus leitores sofrerem de uma forma extremamente angustiante, e ainda assim consegue nos prender totalmente ao enredo. Então era de se imaginar que em Um Sopro de Neve e Cinzas não seria diferente.

Começam as preparações para a guerra. Jamie tem que tomar decisões levando em consideração o momento pelo qual estão vivendo, como também o futuro do qual possui conhecimento graças à Claire. Até esse ponto, muitas lacunas propositais começam a ser preenchidas. A tarefa que Jamie possui em suas mãos não é nada fácil: se escolher permanecer como um líder no exército, ele estará ajudando a escrever um futuro muito amargo para sua família e para aqueles que confiam nele. Se decidir se aliar à resistência –  mesmo sabendo que no final eles irão vencer a guerra – automaticamente se tornará um traidor...essa palavra parece perseguir nosso querido Jamie sempre, quando na verdade para ele a honra está acima de qualquer coisa.

A complexidade de alguns personagens no decorrer da trama ficam cada vez mais evidente, ao mesmo tempo que passamos a conhece-los muito mais, como é o caso do jovem Ian e sua amada Quaker e também a estranha família Cristie – com tantos personagens, pode até parecer que a história fique meio confusa. Acalme-se. Isso não ocorre, pelo fato da trama estar muito bem estruturada. Outro ponto forte, que sempre deve ser ressaltado por mim em qualquer resenha dessa série é: a dimensão e visão real do que é a vida no século XVIII. A autora nos presenteia com diversas informações, curiosidades, situações perturbadoras e engraçadas, e coisas das quais nós sequer poderíamos imaginar, tudo fruto de um meticuloso estudo. Basta prestar atenção às partes em que são narrados o trabalho de Claire, uma médica do século XX, atuando e tentando se adaptar à realidade dessa época. E em meio a tudo isso nós temos traições (que nós fazem querer entrar dentro do livro e sair distribuindo pancada em todo mundo), política, história e informações sobre a cultura indígena, escocesa e a sociedade como um todo. O estupro, tema do qual Diana Gabaldon trata desde o primeiro livro, e que nós bem sabemos era corriqueiro naquela época, está mais uma vez presente.

Jamie ficou em silêncio por um longo tempo. Eu o teria magoado? Lamentei ter lhe contado — mas eu não tinha mais defesas. Eu não podia mentir, nem pela melhor das razões; simplesmente não havia nenhum lugar para onde ir, nenhum lugar para me esconder. Sentia-me assediada por fantasmas sussurrantes, suas perdas, suas necessidades, seu amor desesperado me dilacerando. Separando-me de Jamie, separando-me de mim mesma.

Mas nem tudo é angústia, revolta ou guerra. Há como sempre aqueles momentos mágicos de puro romance, cumplicidade e confiança (sim, confiança acima de tudo) entre Jamie e Claire. Eu sei que já falei diversas vezes o quanto esses dois personagens são maravilhosos e apaixonantes e talvez você até esteja cansado (e com razão) de me ouvir dizendo isso sempre. Porém, uma vez que você começa a mergulhar no universo de Outlander, vai me dar razão.

Exitem outros personagens a quem admirar como a Bree e Roger (aliás, o destino de ambos mudam completamente nesse livro), e outros a quem não sentir tanta admiração assim, como William Clarence Henry George, o nono conde de Ellesmere (sinto muito Jamie, mas não vou com a cara dele!) e o maldito Stephan Bonnet. Nesse livro nós temos muita neve e cinzas...literalmente. Também temos romances, ação, suspense, drama e personalidades históricas que fizeram parte do levante – nesse caso, deixo o suspense no ar, vocês terão que ler o livro. Gabaldon merece todos os méritos e honras pela construção de uma narrativa extremamente detalhada e viciante. Uma característica que esta presente em todos os seus livros, tudo se encaixa perfeitamente.

Espero que tenham gostado, eu pretendo postar a resenha de Ecos do Futuro em breve, já que no momento a série de televisão está em hiatus e só volta ano que vem. Dessa forma posso amenizar a ansiedade – se é que isso é possível. Só lembrando que eu li todos os livros dessa série, mas pela edição da Editora Roccó, por isso todas as minhas resenhas são dessa primeira edição. De vez em quando algumas pessoas me perguntam onde encontrar esses livros, mas essas edições se tornaram raridade e hoje em dia são muito difíceis de encontrar. Se você tiver sorte até pode encontrá-los, mas o preço não vai ser nadinha barato. Mas gente, Keep Calm... a Editora Arqueiro está relançando toda a série, até agora já foram publicados os primeiros quatro volumes, e eles estão fazendo um ótimo trabalho! Então é só ter um pouquinho de paciência! Beijos e até a próxima resenha literária!

Classificação:

Série Outlander:

A Viajante do Tempo (Resenha)

A Libélula no Âmbar (Resenha)

O Resgate no Mar (Resenha)

Tambores de Outono (Resenha)

A Cruz de Fogo (Resenha)

Um Sopro de Neve e Cinzas (Resenha)

Ecos do Futuro (Resenha)

Série Outlander - Editora Arqueiro

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