Série Follies: Josephine Baker, a Pérola Negra!


Eu realmente não sei o que aconteceu com o meu primeiro post sobre a Josephine Baker que fiz a uns anos atrás aqui no blog. Não sei se em meio aos meus backups eu tenha acidentalmente excluído. Mas já que estou desenvolvendo a Série Follies, vou falar mais uma vez sobre essa estrela que é uma das minhas favoritas. Mesmo não tendo participado do Ziegfeld Follies foi uma grande estrela do Follies Bergère na França, o mesmo que serviu de inspiração na criação da famosa produção teatral Norte Americana.

Freda Josephine McDonald nasceu em 3 de Junho de 1906. A nossa Josephine Baker foi uma notável atriz, vedete, dançarina e cantora, que iniciou sua bem sucedida carreira durante os anos 20. Josephine era dotada de uma beleza exótica e extremamente sensual. Ela era afrodescendente e embora exista algumas controvérsias quanto a origem do seu pai, ela acreditava que ele era  um homem branco. Ela também possuía descendência indígena. Durante seus anos de carreira nos palco ela recebeu diversos apelidos: Pérola Negra (meu favorito)Deusa Crioula, Vênus Negra, Deusa de Ébano!

Aviso: Este Post está cheio de belas imagens em collages que fiz da Minha Estrela Negra favorita. A little Spamming never kill nobody ;)

Ela se naturalizou Francesa em 1937 e foi a primeira grande estrela negra a ter sucesso no mundo do entretenimento. Na infância passou por necessidades. Aos 8 anos de idade chegou a trabalhar em casa de família onde foi agredida fisicamente pela patroa. Aos 12 anos ela se torna uma criança de rua, revirava latas de lixo para se sustentar. Aprendeu a dançar nas ruas e foi justamente sua dança "estranha" que chamou atenção da St. Louis Chorus vaudeville, uma companhia de dança da qual ela se uniu quando tinha 15 anos de idade.

Josephine em 3 momentos: Usando vestido com estampa de leopardo. Agradeça a ela por ter lançado a moda; Segunda foto se preparando para o Show e terceira já no palco!
Carreira: Sua carreira começou a decolar quando foi trabalhar em Paris. O foco de suas apresentações era sua dança. Um charleston ((famosa dança com base musical no Jazz muito popular durante os anos 20) puro que aprendeu nas ruas. E o fato de que ela subia ao palco praticamente nua. Ela fez uma bem sucedida tour por outros países da Europa e depois voltou para a França e assinou um contrato com a Follies Bergère. Seu sucesso começou na mesma época em que a Art Déco estava expandindo, o quê fez com que as pessoas se interessasse por uma forma de Arte ocidental, que incluía a Cultura Africana, foi um período do qual os negros começavam a desenvolver um papel importante como artistas nos palcos. Ela foi a artista Americana mais bem sucedida na França. Ernest Hemingway (célebre escritor Norte Americano) se referiu à Josephine como "A mulher mais sensacional que alguém já viu". Josephine fazia uma combinação de dança com movimentos que ela mesma criou. Sua famosa "Saia de Banana" adereço para a execução da "Dança da Banana" se tornou febre e sua própria marca.

 Josephine dançando o Charleston Original na segunda foto!
Divando: Josephine e seu guepardo de estimação chamado Chiquita
No palco ela era ao mesmo tempo sensual e muito engraçada, fazendo caras e bocas a todo momento. Arrancando suspiros e gargalhadas da platéia. Chamou a atenção de muitos e serviu de inspiração para vários artistas da época. Sua lista de admiradores era extensa e tinha nomes como os de  Pablo Picasso e Alexander Calder. Ela não chegou a ter a mesma fama e sucesso nos Estados Unidos da forma que teve na Europa. Chegou a ser cogitada para se tornar uma das grandes estrelas do Ziegfeld Follies, mas foi rejeitada pelo público Norte Americano que não gostou nada da ideia de ter uma mulher negra fazendo parte do espetáculo que era febre na época. Josephine ficou muito magoada pela forma como a tratavam em seu pais de origem. A França amava Josephine e ela aprendeu a amar a França, não tendo nenhuma dificuldade ou dúvidas quanto ao se naturalizar Francesa. Se casou com um Francês Jean Lion (seu primeiro marido de um total de quatro matrimônios, sem contar os amantes) em Crèvecœur-le-Grand e a cerimônia foi presidida pelo prefeito da cidade. À partir da década de 30 Josephine começa a estudar e se dedicar com mais um de seus talentos, o canto. Sendo sua canção de maior sucesso a "J'ai deux amours" de 1931. Em 1934 ela participou da Ópera "La créole"! E sua carreira vai muito além dos palcos, filmografia: La Sirène des tropiques/Siren of the Tropics(1927); Zouzou (1934); Princesse Tam Tam (1935); Moulin Rouge (1941), Fausse alerte/ The French Way, (1945) An jedem Finger zehn/ Ten on Every Finger (1954); Carosello del varietà (1955) e Grüsse aus Zürich - TV (1963)

Nossa Black Pearl ainda conseguia ser engraçada!
A Vênus Negra no Brasil: Josephine Baker esteve no Brasil pela primeira vez em 1929. Ela veio para uma apresentação especial no Teatro Cassino, no Rio de Janeiro. Ela voltou em 1952 e contracenou com Grande Otelo no show "Casamento de Preto", onde cantava em português "Boneca de Piche" . Em 1963 fez uma temporada de shows no Copacabana Palace e apresentou-se no Teatro Record, em São Paulo. Sua última visita ao Brasil foi em 1971 onde esteve no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e em Porto Alegre. É, ela gostava daqui! :)


Esse vídeo contém cenas da Josephine dançando em 1927, mas a trilha sonora é a própria cantando "O que que a baiana tem" gravado em 1949!

Outfit da Dança da Banana, sua marca registrada: Josephine retratada em dois Posters e na imagem central, sua estátua no famoso museu Madame Tussauds


Josephine e sua original e escandalosa Dança da Banana
Causas Sociais e Legado: Durante toda a sua vida, Josephine sempre esteve engajada em causas sociais, sobre tudo as que tinham como intuito a emancipação e luta dos direitos dos negros, chegando a apoiar Martin Luther King. Antes disso ela atuou como espiã da resistência durante a Segunda Guerra Mundial. Trabalhou em Associações e o melhor é que teve reconhecimentos e honras pelas suas ações. Ela chegou a adotar 12 crianças de diferentes etnias da qual chamava de "Tribo Arco-Íris". Durante os anos 60 ela teve dificuldades financeiras e ganhou da princesa Grace um apartamento em Roquebrune perto de Mônaco.

Em 1968, com o apoio da princesa Grace ela volta aos palcos e se apresenta no Olympia em Paris. Um de seus últimos concertos estava lotado, todos queriam ver de perto a Pérola Negra de volta aos palcos. Sua festa de comemoração dos 50 anos de carreira contou com a presença de nomes como Sophia Loren , Mick Jagger, Shirley Bassey , Diana Ross e Liza Minnelli. Quatro dias depois ela é encontrada dormindo em sua cama, rodeada de jornais e revistas falando sobre seu bom desempenho nos palcos. Ela ficou em coma após um derrame cerebral, chegou a ser internada, mas faleceu em 12 de Abril de 1975 aos 68 anos. Ela recebeu honras militares Francesas em seu funeral, jamais concedidas a nenhuma outra mulher Americana. 

Musa Inspiradora: Estou falando da Josephine, óbvio! Serviu de inspiração para a coreografia e roupa apresentado por Beyoncé, que já se inspirou nela em diversos momentos de sua carreira.
Josephine nos anos 20 e 60. Sempre linda!
Até hoje Josephine é referência e inspiração para muitos artistas (principalmente as chamadas "divas pop"), muitas pessoas não tem noção do quão importante ela ainda é. Ela deu o primeiro grande passo e abriu a porta para outras estrelas negras e não é a toa que hoje em dia cantoras como Beyoncé e Rihanna se inspirem nela. Sem contar que graças a ela, a moda da estampa de leopardo pegou! Em 1991 a HBO fez um documentário sobre sua vida, o filme The Josephine Baker Story.

Sinceramente ainda não tive a oportunidade de ver o documentário completo, só algumas cenas, então não posso dizer minha opinião. Mas isso está na minha lista de prioridades, procurar e assistir. Deixo abaixo a apresentação da Josephine no O'lympia em Paris (sorte de quem esteve lá). Sem dúvidas uma grande atriz, uma grande dançarina, cantora e principalmente uma mulher com um coração especial. Ela merece ser lembrada para sempre! E desculpe pelo post extenso, tenho tendência a escrever muito se eu estiver falando de uma pessoa que admiro muito. Algumas referencias como datas e nomes foram retirados da Wikpédia! Espero que tenham gostado, comentem! 


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8 comentários

  1. Nunca havia ouvido falar dela. Muito legal!
    Beijos
    Modaeeu.blogspot.com

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    1. Obrigada pelo comentário, fico feliz que tenha gostado :)

      XoXo

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  2. Josephine's story is one that cannot tug at your heartstrings. She had such meteoric fame, amazing talent, and for a while wealth, but like many who walk a similar path, in the end almost nothing in her life worked out and she died amidst so much difficulty in person and profession worlds. As amazing as her performances were, the thing I'll always admire her the most for was that she adopted so many children.

    ♥ Jessica

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  3. Eu não a conhecia. Adoro ver fotos dessas divas clássicas, pois sempre passam uma imagem de elegancia e uma sensualidade diferente. Adorei seu blog!
    http://estiloaf.blogspot.com.br/

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    1. Oi Alyne, fico feliz que tenha gostado ^^ Obrigada pela visita :)

      XoXo

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  4. Pri do céu! Parece que você advinha meus pensamentos! Estava pesquisando mais sobre a vida de Joséphine esses dias aí chega você com esse post maravilhoso sobre ela! Amei demais! Seu blog continua um luxo só! Sou fã de carteirinha já, só não tenho o costume de comentar! hahaha

    Beijinhos!

    http://howcanibealady.blogspot.com.br/

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    1. Oiee flor! Fiquei feliz de ver que você também voltou a blogar. Ai que bom que gostou do post hehe. A Josephine é uma eterna inspiração ^^

      Beijos! <3

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